Tic tac ... tic tac, fazem os quatro piscas enquanto eu espero por ela! Observo o reflectir da luz nos outros carros iluminando-me o rosto de vermelho e penso como deixei a minha vida escapar-me por entre os dedos.
Tic tac ... o barulho ensurdecedor está a dar comigo em doida parece que cada tic é o pecado que realizei e o tac o caminho errado que percorri.
Tic tac ... penso na menina, a sua cara triste o seu olhar perdido e inocente que se acaba refugiando no meu sem querer. Pergunto-me como te chamaras?! Que pecados cometeste tu? E caminhos, tambem erraste? Vejo-te, e o meu sangue extremece-me nas veias ardendo-me a pele. Os meus olhos perseguem-te pelo corredor enquanto os meus sussuros te tentam alcançar sem sucesso.
Sinto-me egocêntrica ao pensar que só eu tenho a chave para te libertar... mas... gostaria de ter o poder de te erguer o rosto e a tua alma devolver!
Chegou... os tic tacs tornam-se mudos, lentamente os pensamentos desaparecem juntando-se a luz que outrora me iluminava...
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